Esforços para a Erradicação da poliomielite levam OMS e MINSA a apostar na vigilância ambiental
Luanda - A Representação da Organização Mundial da Saúde (OMS) ofereceu terça-feira ao Ministério da Saúde, equipamento de laboratório para a vigilância ambiental do vírus selvagem da pólio, num valor estimado em USD 80.000.00 (oitenta mil dólares americanos).
A cerimónia teve lugar no Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP) e contou com a presença do Ministro da Saúde, Dr. José Vieira Dias Van-Dúnem, do Representante da OMS em Angola, Dr. Hernando Agudelo, e da Directora do Instituto Nacional de Saúde Pública, Drª Filomena Silva.
«Este material de laboratório vai fortalecer a capacidade do Instituto Nacional de Saúde Pública e apoiar a vigilância ambiental de agentes patogénicos, e em especial do Pólio Vírus Selvagem (VSP)», disse na ocasião o Representante da OMS em Angola. O Dr. Hernando Agudelo anunciou ainda que a OMS vai enviar um técnico de laboratório a Angola para capacitar os técnicos nacionais na recolha e processamento das amostras ambientais.
O método de recolha das amostras ambientais foi introduzido em Luanda em Julho de 2014, tornando Angola no terceiro país da Região Africana da OMS a estabelecer a vigilância ambiental da poliomielite, ao lado da Nigéria e do Quénia. A Vigilância ambiental da pólio fornece informação complementar sobre a vigilância das Paralisias Flácidas Agudas (PFAs) e é um método muito sensível para detectar a transmissão silenciosa do vírus da pólio, face ao risco de uma eventual importação.
Angola está há mais de três anos sem registar casos de pólio, tendo o último sido notificado a 7 de Julho de 2011. Para sustentar estes ganhos, o país concentrou esforços na realização de múltiplas campanhas de vacinação suplementar contra a Poliomielite e em medidas de fortalecimento da vacinação de rotina e na melhoria da vigilância epidemiológica para detectar a circulação do vírus.
Nas recolhas ambientais feitas desde Julho deste ano, na Província de Luanda, as equipas de vigilância e busca activa do MINSA e da OMS não encontraram evidências de circulação do vírus da pólio.
A OMS considera que o sistema de vigilância das paralisias flácidas agudas a nível nacional encontra-se «a um nível aceitável», com uma taxa de detecção de casos de 2,7 contra os 3.0 por 100 mil crianças menores de 15 anos, conforme recomendação da Organização, embora apresente falhas a nível sub-nacional e particularmente na província de Luanda.
O Ministro da Saúde agradeceu o gesto da OMS e assegurou que o MINSA está a desenvolver esforços para «melhorar a sensibilidade do sistema de vigilância contra a poliomielite, aumentando as equipas de busca activa nas unidades sanitárias e na comunidade e melhorando a qualidade dos dados do Programa de vacinação.
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